quarta-feira, 25 de maio de 2011

Ciberfeminismo no Brasil


O ciberfeminismo no Brasil é potencialmente inexistente. O primeiro trabalho a falar de ciberfeministas brasileiras está em produção atualmente por uma mexicana doutoranda da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Amália Eugênia Fischer Pfaeffle é doutora em comunicação e cultura e professora universitária. Defendeu e divulgou sua tese sobre ciberfeminismo em revistas e diversas conferências.
Recentemente, Amália Eugênia Fischer Pfaeffle, que também é uma das idealizadoras do Fundo Social Elas (fundo brasileiro de investimento social voltado exclusivamente para a promoção do protagonismo de meninas, jovens e mulheres), deu uma entrevista para o jornal O Globo falando sobre a sua tese: "Producción de tecnocultura de género, mujeres y capitalismo mundial integrado" .  Veja a seguir.

1.       Por que um trabalho sobre ciberfeminismo?

 Decidi fazer um trabalho sobre ciberfeminismo por vários motivos: 1° - Porque é importante que as mulheres se apropriem da tecnologia. 2° - Porque na Internet se reproduzem as mesmas arborizações que na sociedade. Mesmo que a maneira como as mensagens são trocadas na Web não passem por um centro, uma censura etc., mas alguns conteúdos são patriarcais, racistas, lésbico e homofóbicos e reproduzem de certo modo a sociedade patriarcal. É importante que as mulheres desconstruam também na rede essa sociedade. O patriarcado se reproduz em todos os níveis.


2.       Do que se trata o seu trabalho e como tem sido recebido?

 Meu trabalho é uma análise sobre o Capitalismo Mundial Integrado, as lutas e resistências dos movimentos sociais no contexto da globalização e a Tecnocultura de Gênero. Como se produz o relacionamento entre tudo isso e em que nível de complexidade. Tem sido bem recebido por mulheres interessadas na problemática.



3.       Você considera que a mulher irá ganhar mais espaço no mundo tecnológico?

Pergunta difícil de responder. Acho que existe muita ciberliteratura feminista na Internet, mas em inglês e um pouco em espanhol. Acho que a cada vez mais as feministas estão preocupadas com o ciberfeminismo. Você encontra desde meninas que respondem agressivamente e na mesma linha que os homens até outras que fazem analises mais filosoficamente complexas.Mas sim, acho que as mulheres vão ganhar mais espaço no mundo tecnológico. Temos apenas que tomar cuidado para não perdermos nossos direitos a qualquer momento. Governos autoritários são a pior hipótese e podem levar isto a acontecer.

4.       Qual a sua definição didática de ciberfeminismo?

 Por um lado, é analise e prática do feminismo na Internet e uma luta mais das feministas por desconstruir o imaginário patriarcal na Internet. E uma proposta teórica sobre o feminismo e a tecnologia cibernética, assim como uma crítica ao patriarcado e ao capitalismo. Por outro lado, trata-se de fazer com que as mulheres tenham acesso à tecnologia e saibam como usá-la. Garotas do barulho São muitas as opções e os projetos para mulheres em tecnologia.
 


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