Assis afirma que o uso do termo representa uma tentativa de se afastar das fortes cargas associadas aos termos “revolucionário” e “radical”, que remeteriam ao uso de armas para tomar o poder ou aos desvios dos padrões de conduta das instituições políticas, e ao mesmo tempo distanciar da carga fraca associada ao termo “militante”, aquele que defenderia causas, mas não protagonizaria muitas manifestações ativas. Ele propõe ainda um cruzamento com a noção de ação direta: “qualquer ação positiva (fazer algo) que tenha implicações concretas, e geralmente imediatas, sobre seus alvos.”
Por fim, o autor propõe uma definição comparativa, sintética, entre os termos designadores dos agentes políticos contemporâneos: “é um “radical” envolvido em ações políticas diretas e indiretas sempre fora do âmbito institucional. É “mais” que um militante – participa de um grupo, segue seus ideais, mas também vai às ruas e cria situações de confronto com seus alvos – e “menos” que um revolucionário – suas ações não buscam remodelar o sistema de poder vigente de forma impositiva.”
Independentemente da existência de um consenso teórico sobre o termo, na prática dos coletivos mais informais ou dos grupos sociais mais organizados com atuação dirigida para a rede, considera-se “ativista” todo aquele que utiliza a Internet como meio de produção/difusão de conteúdos que ficam à margem das mídias tradicionais. O uso do termo se justifica pela crença corrente entre estes grupos de que a própria veiculação de informação já é em si uma ação transgressora (uma ação direta não-violenta), um desafio ao controle informacional ativado pelos grandes conglomerados de mídia. Nessa concepção, a denominação de “ativistas” é pertinente para designar todos aqueles envolvidos, formal ou informalmente, com as ações da chamada mídia tática. Não por acaso, adotou-se como designação de tais ações o termo “midiativismo”, como vimos anteriormente.
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