quinta-feira, 30 de junho de 2011

Liberdade de expressão!


40 cidades marcharam pela liberdade

Manifestantes de vários movimentos sociais promoveram no dia 18 de junho em ao menos 40 cidades do país a Marcha da Liberdade. O protesto uniu ativistas de várias causas, da luta contra o racismo à preservação ambiental, dos direitos homossexuais ao vegetarianismo, do combate à violência contra a mulher à defesa dos animais.

O movimento, organizado nas redes sociais da internet, teve como base a liberdade de expressão. A reivindicação geral é o fim da repressão policial nas diferentes manifestações, sob ordens do Judiciário.

No texto que convocou os manifestantes, os organizadores mencionaram os ataques da Polícia Militar aos participantes da Marcha da Maconha, realizada no último dia 21 de maio em São Paulo.

“Sete dias depois, defensores das mais diversas causas, vítimas das mais diferentes injustiças, estavam de volta ao mesmo local para dar uma resposta à opressão. As ruas de São Paulo foram tomadas por 5 mil pessoas de todas as cores, crenças e bandeiras. Na Internet, uma multidão espalhava a mensagem como vírus pelas redes sociais. Naquele dia, o Brasil marchou unido por um mesmo ideal. Nascia ali a Marcha da Liberdade.”

A convocação chamou para as ruas “ligas, correntes, grupos de teatro, dança, coletivos, povos da floresta, grafiteiros, operários, hackers, feministas, bombeiros, maltrapilhos e afins. Associações de bairros, ONGs, partidos, anarcos, blocos, bandos e bandas.”
“Todos os que condenam a impunidade, que não suportam a violência policial repressiva, o conservadorismo e o autoritarismo do judiciário e do Estado.”

Espontâneo e politizado ao mesmo tempo, o movimento se destacou pela falta de hierarquia, líderes, partidos ou ideias que se sobressaíssem à vontade coletiva.

Em cada uma das cidades as pautas locais se somaram à da liberdade de expressão. A maconha foi superada e se tornou uma reivindicação entre tantas. Ativistas marcharam contra a hidrelétrica de Belo Monte, contra o Código Florestal recém-aprovado, pela democratização da comunicação, por melhorias no transporte público, igualdade de gênero, contra os uso indiscriminado de agrotóxicos, contra a homofobia e tantas outras.

Nem os meios de comunicação mais tradicionais puderam deixar de noticiar a Marcha da Liberdade. Porém, a cobertura foi maciça nos meios de comunicação alternativos. O Circuito Fora do Eixo, uma rede integrada de trabalhos culturais com 72 pontos espalhados pelo Brasil, transmitiu Marchas ao Vivo em diversas cidades.

Muitas histórias, muitas reclamações e muito anseio de fazer as coisas mudarem. O gogó foi dispêndio para gritar por justiça, liberdade, democracia e direitos humanos pelos quatro cantos do Brasil. Uma intensa declaração de que há um limite para a resignação de um povo sofrido e hílare ao mesmo tempo. Como disse o jornalista Xico Sá, o protesto pode virar festa sim, e no Brasil não haveria de ter outro jeito. Os narizes de palhaço, as faixas e as fantasias são a forma carnavalesca que estes milhares de jovens encontraram para dizer BASTA à tudo que há de errado.


Fonte:

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Resenha do documentário SURPLUS

Surplus, vídeo documentário sueco de 2003, exibe com bastante criticidade a relação entre a desenfreada sociedade do consumo em que vivemos hoje, e a gradativa destruição do meio ambiente que tal sociedade degringola.
Algumas teorias são explicitadas durante o vídeo, como as ideias do norte-americano John Zerzan que servem para personificar o pensamento neoludita, ou seja, ele acredita que a salvação do planeta encontra-se numa volta no tempo, com o aniquilamento da tecnologia existente hoje, como as indústrias, os artefatos tecnológicos e a ideia do consumo exagerado. Do outro lado da “corda” tem-se Steve Ballmer, atual presidente executivo da Microsoft, que aparece no documentário como um súdito da tecnologia e brada aos quatro ventos: “I love this company!”, falando a respeito da multinacional poderosíssima na qual trabalha.
Trazendo à tona o poder das multinacionais, encontramos no texto “Tecnologias, identidades, alteridades: mudanças e opacidades da comunicação no novo século” de Jesús Martín-Barbero, o que o autor chama de uma das perversões da comunicação, ou seja, algumas megacorporações globais possuem uma concentração econômica traduzida num poder que funde os veículos e os conteúdos, desenvolvendo a partir disso, o controle da opinião pública e a imposição de moldes estéticos. Percebe-se que quem transmite é quem produz, e, por sua vez, quem produz detém poder de interferir no que sua audiência pode e/ou deve consumir. A real necessidade de um indivíduo se confunde com o desejo de possuir algo, e toda essa confusão se deve, especialmente, a uma gigantesca publicidade que lhe é imposta, a partir da espetacularização da existência humana, e partindo do pressuposto de que o receptor dessas mensagens é completamente passivo e, mais, obediente.
A busca pela felicidade torna-se algo inventado e interligado ao consumir desesperado. O documentário expõe extremos de uma relação com o consumo, de um lado o jovem sueco Svante, que tornou-se milionário com apenas 19 anos, e apesar de poder usufruir de tanto capital, leva uma vida fora do padrão, e busca a simplicidade ao lado dos amigos. Não se pode negligenciar o fato dele parecer ter uma personalidade perturbada por não saber lidar muito bem com todo o seu dinheiro. E do outro lado uma garota cubana criada nos moldes do regime de seu país, que quando vai à Europa encanta-se com o novo, ou seja, comidas diferentes (Mc Donald's em especial), canais de TV aos quais ela não tinha acesso, prateleiras e mais prateleiras recheadas com diferentes produtos, e ainda, diferentes marcas de um mesmo produto. Tudo isso é muito diferente da sua realidade em seu país de origem, de suas raízes, que segundo Barbero, podem ser móveis a partir das migrações e mobilidades, das redes e fluxos, ou seja, novas influências. Seguindo essa linha de raciocínio, a jovem a que nos referimos não deixará de ser cubana se adquirir alguns hábitos da cultura européia, ela estará apenas num processo de transformação da sua identidade pessoal.
O que fica claro para nós é que ambos extremos citados anteriormente são insustentáveis. O 'ter' desenfreado, com inúmeras possibilidades de escolhas ou o 'não ter' opções, a exemplo do creme dental (Perla) cubano, são pólos que não se sustentem, tanto pelo esgotamento dos recursos naturais, quanto pela liberdade cerceada que provoca essa tensão vivida atualmente.
Orosco Gomez no texto “Comunicação social e mudança tecnológica: um cenário de múltiplos desordenamentos.” reconhece que as transformações identitárias vão sendo contruídas de hibridações sedimentadas em representações sobretudo visuais, e a mídia atrelada às novas tecnologias possuem grande participação nessa questão. A audiência é um tema abordado pelo autor, ele afirma que ser audiência modifica o vínculo entre os atores sociais (família, amigos, governo, etc) e as janelas das casas vão sendo suplantadas pelas telas dos televisores, onde a publicidade domina e faz do homem quase um completo refém.
O que está em jogo tanto no vídeo quanto nos textos citados, é o futuro do planeta. Com o aparecimento das novas tecnologias, o poder adquirido pelas pessoas a partir de tal surgimento, com a mudança no papel do emissor e sua localização, ainda assim, é preciso raciocinar sobre para onde estamos indo.

domingo, 19 de junho de 2011

Campanha “Eu sou gay” usa a internet contra a homofobia.



   Na internet a campanha “Eu sou gay” reage pacificamente aos inúmeros casos de homofobia que vem crescendo a cada dia no nosso país. A campanha surgiu através da iniciativa dos amigos Carolina Almeida (jornalista) e Daniel Ribeiro (Cineasta), que indignados com o rumo que a intolerância vem alcançando no Brasil, resolveram reagir com as armas que tinham, ou seja, a internet. De acordo com Carolina, a gota d’água foi o caso que ocorreu em uma pequena cidade de Goiás, em que uma estudante de 16 anos foi encontrada morta e que a principal suspeita recai sobre a família da namorada que enjeitava o relacionamento, ou seja, mais uma vítima da intolerância e do ódio.
   Com a criação do blog http://projetoeusougay.wordpress.com/ eles desejam recolher o maior número de fotos de pessoas segurando uma placa com a frase EU SOU GAY. No próprio blog eles fazem este apelo pedindo as pessoas para aderirem à campanha e enviarem as fotos independente da sua orientação sexual, idade, cor, o que vale é simplesmente passar a mensagem.
   A intenção da campanha é montar um vídeo com todas as fotos pra que este venha a ser divulgado não só no Youtube como também em fóruns, festivais, palestras, e dessa forma lutar contra o preconceito, a intolerância, o ódio e principalmente a falta de respeito que há contra o próximo. O “ser gay” da campanha vai muito além da orientação sexual, trata-se da liberdade de expressão, da liberdade de ser quem se é sem medo ou receio, a liberdade que uma sociedade moldada numa falsa moral tanto condena, uma campanha a favor do amor.
   A campanha teve inicio em maio e em apenas 24 horas se tornou um dos assuntos mais comentados no Twitter, arrecadando 600 mil fotos nesse período. As fotos poderiam ser enviadas até o dia 8 de maio e desde então o vídeo esta em processo de produção da trilha sonora, esta que por sinal será feita especialmente para a campanha, segundo Daniel Ribeiro.

Fontes:

Estadão.com.br/São Paulo
O Globo

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Governo Federal planeja atrair movimentos sociais não-organizados da internet.

Acostumada a dialogar com movimentos sociais conhecidos, Secretaria Geral da Presidência pretende usar internet para atingir brasileiros que querem participar da vida pública mas não se sentem representados por partidos, mídia ou entidades tradicionais. A ideia é criar um Portal de Participação Social em 2012 objetivando levar a voz da internet para dentro do Palácio do Planalto e incorporá-la à construção de políticas públicas.

A Secretaria Geral da Presidência da República pretende aproximar o governo dos movimentos sociais, para que políticas públicas sejam permeáveis a reivindicações populares. Seus interlocutores frequentes são centrais sindicais (CUT, por exemplo), estudantes (UNE), sem-terras (MST), índios (Cimi). Enfim, grupos de interesse organizados em entidades conhecidas. 
A Secretaria Geral planeja, agora, ampliar a clientela e levar para dentro do Palácio do Planalto movimentos sociais "desorganizados”. Aqueles que, de forma anárquica e espontânea, nascem e manifestam-se pela internet. E que são desprovidos de vínculo com instâncias tradicionais no debate público, como os partidos políticos ou a mídia.
O objetivo da Secretaria Geral consta do planejamento estratégico dela ainda para este ano. Caso se desenvolva como previsto, deve se materializar em 2012, com a criação de um “portal de participação social”, como já está sendo chamado.
“A idéia é ampliar a democracia. Os instrumentos tradicionais da democracia, sozinhos, hoje não dão mais conta da realidade, a internet é o espaço por execelência de um novo tipo de representação, que é mais utópica, mais direta, como vimos nos países árabes no começo do ano." diz Ricardo Poppi, responsável pelo projeto na Secretaria Nacional de Articulação Social, da Secretaria Geral.
O projeto ainda é embrionário, mas Poppi já antecipa que o portal seria um espaço de consulta pública permanente, uma espécie de "ágora grega" virtual, onde as pessoas opinariam e deixariam críticas ou sugestões sobre temas propostos pelo governo ou que elas mesmas considerem importantes. Funcionaria ainda como um grande arquivo sobre as conferências nacionais patrocinadas pelo governo (juventude, comunicação, LGBT, por exemplo. “O portal vai permitir que as pessoas tenham participação política e influenciem a formulação e a implementação de políticas públicas”, afirma Poppi. “Elas vão poder poder pautar o governo com temas que nem a imprensa nem a burocracia tinham percebido”, completa.
Para Poppi, a tecnologia digital pode ser um meio extraordinário de participação política. Cita como exemplo um episódio recente envolvendo uma professora do Rio Grande do Norte chamada Amanda Gurgel. Em audiência pública na Assembléia Legislativa sobre salário dos professores, ela fez um discurso forte sobre a realidade da categoria que constrangeu os parlamentares. O vídeo com a manifestação foi parar no youtube, virou hit na internet e tornou-se assunto discutido pela população em mesa de bar. “Se não fosse a tecnologia, a fala dessa professora teria impacto apenas local”, afirma o responsável pelo projeto.
                                Fonte: http://www.cartamaior.com.br/

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Protesto no Facebook e no Twitter a favor da educação no Brasil



  O Movimento Queremos Ética está organizando para o dia 12 de junho um protesto  no Facebook e no Twitter a favor da educação no Brasil. Rodrigo Gabriel o RG, criador da rede do Movimento QE no Ning e também organizador do protesto, convida os brasileiros a usarem no dia 12/06 a imagem do evento no perfil, além de colocarem no mural e twittar a hashtag  #QueroEducação. 
 O protesto é contra a desvalorização da educação no Brasil, visa otimizar as pessoas e torná-las  mais conscientes do que está acontecendo e do que elas realmente podem fazer pelo Brasil. Educadores que aderiram ao protesto reclamam dos salários pagos aos profissionais da educação e reivindicam a atualização da metodologia de ensino nas escolas brasileiras.
 Na página do evento no Facebook muitos são contrários a uma mobilização apenas virtual, e desejam que  parte dos  221.154 internautas que confirmaram presença virtual, se mobilizem e vá  as ruas protestar pela melhoria da educação.

Cambitolândia, Charge Evolução

Fonte: QE

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Retome a Tecnologia

O Retome a Tecnologia é uma campanha brasileira de ativismo, conscientização e apropriação das tecnologias de informação e comunicação (TIC) para o fim da violência contra as mulheres. A campanha ocorre anualmente durante os 16 dias de ativismo para o fim da violência contra as mulheres, do dia 25 de novembro ao dia 10 de dezembro, e é feita a base de trabalho colaborativo e coletivo, inspirado por idéias criativas!

Retome a Tecnologia foi inspirada pela campanha take back the tech, uma iniciativa colaborativa e internacional iniciada e coordenada pelo programa de apoio a redes de mulheres da associação para o progresso das comunicações (APC). O take back the tech começou em 2006 e já teve participação de individuos, grupos, redes e organizações em mais de 15 países da África, Ásia, América Latina, América do Norte e Europa.

Em anos anteriores da campanha, muitas internautas fizeram postagens em blogs sobre temas relacionados à violência sexista, espalharam e-mails com conteúdo feminista, compartilharam histórias sobre sua relação com computadores, máquinas fotográficas, câmeras de vídeo, microfones e outras tecnologias, ou aproveitaram os dias da campanha para realizar oficinas e bate-papos sobre tecnologia.

No Brasil, as ações desse tipo têm sido chamadas de retome a tecnologia e várias mulheres se articulam todos os anos para essa jornada, ligadas ou não a organizações internacionais que sustêm a campanha.

Alguns do grupo feministas participam da campanha, como: birosca, g2g, que estiveram envolvidas na realização do etc-br, em Salvador; o coletivo korpus krisis, que mantêm o confabulando; e a xanta uma servidora livre, além de muitos outros grupos por aí.

Uma das características específicas da campanha brasileira é o foco na apropriação e uso de tecnologias livres por mulheres.


Fontes:

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Dominaremos a tecnologia!

Take Back The Tech! é uma campanha internacional que visa contribuir para a eliminação da violência contra as mulheres. Cada sugestão de ação diária procura um aspecto da violência contra as mulheres e a sua interligação com os direitos de comunicação. Todo ato tem uma visão estratégica e uma abordagem criativa para diferentes plataformas de mídia online e offline.

A campanha convida todos os utilizadores das TIC (tecnologias da informação e da comunicação) -
especialmente mulheres e meninas - para assumir o controle da tecnologia e estrategicamente utilizar qualquer plataforma de TIC na mão (telefones celulares, mensagens instantâneas, blogs, websites, câmeras digitais, e-mail, podcasts e outras) de ativismo contra a sexo -violência baseada.

Take Back The Tech! acompanha os 16 Dias de Ativismo Contra a Violência de Género (25 novembro - 10 dezembro de cada ano), com ações diárias que exploram diferentes aspectos da violência contra as mulheres e as TIC.

Take Back The Tech! tem como propostas:
  Criar espaços seguros digital que protegem o direito de todos de participar livremente, sem assédio ou ameaças para a segurança.

Realizar as mulheres em matéria de direitos de moldar, definir, participar, usar e compartilhar informações, conhecimentos e domínio das TIC.

Endereço da intersecção entre os direitos de comunicação e direitos humanos das mulheres, especialmente para acabar com a violência contra as mulheres.

Reconhecer a participação das mulheres histórica e crítica e de contribuição para o desenvolvimento das campanhas de colaboração para recuperar a informação e comunicação.

Em 2008, Take Back The Tech!
foi premiado com uma menção honrosa na categoria Comunidades Digitais do prestigiado Prix Ars Electronica Concurso Internacional de Artes para o Cyber ​​para sua campanha, inovadora de colaboração para acabar com a violência contra as mulheres
 
Em suma, Take Back The Tech!conta com a ajuda de milhares de mulheres que contribuem com seus pensamentos, idéias, palavras e imaginação. Essas mulheres criam e compartilham cartões postais,  blogam, fazem upload e compartilham vídeos e áudio que possam refletir sobre a realidade da violência contra as mulheres.

 
Fontes: